Com 5 assentamentos submersos, assentados viram alagar boa parte da produção de arroz orgânico que estava para ser colhido, além de casas e pertences

Em meio às maiores enchentes da história do Rio Grande do Sul, que nesta segunda-feira (6) soma 83 pessoas mortas, 121.957 desalojadas e 19.368 desabrigadas, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) inicia uma campanha de solidariedade. O objetivo é arrecadar fundos para ações de apoio às famílias atingidas nos diversos municípios gaúchos. 

Entre elas, estão cerca de 420 famílias do próprio MST que tiveram de sair às pressas de suas casas. A força das águas deixou submersos cinco assentamentos do movimento na região metropolitana de Porto Alegre.

“Com a perda da estrutura das casas, móveis, lembranças, e produção de arroz e hortas agroecológicas, onde muitos camponeses e camponesas já haviam replantado após a enchente do final do ano passado, as famílias seguem em abrigos coletivos”, diz nota do movimento.

Para contribuir com a campanha de solidariedade do MST, basta clicar aqui ou fazer uma doação para os seguintes dados bancários:


PIX: 09352141000148 
Banco: 350 
Agência: 3001 
Conta: 30253-8 
CNPJ: 09.352.141/0001-48 
Nome: Instituto Brasileiro de Solidariedade 

Os assentamentos Integração Gaúcho (IRGA), Apolônio de Carvalho e Conquista Nonoaiense ficam em Eldorado do Sul. Já os assentamentos do Sino e Santa Rita de Cássia estão no município de Nova Santa Rita. As cidades são duas das mais afetadas pelas enchentes e o acesso para ajuda humanitária só pode ser feito por helicóptero.

Em Eldorado do Sul ao menos metade dos 40 mil habitantes estão desabrigados. “A cidade toda está debaixo d’água”, resume Maurício Roman, da coordenação nacional do MST no Rio Grande do Sul.

No IRGA fica a sede da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap), responsável por boa parte do trabalho que faz do MST o maior produtor de arroz orgânico da América Latina.

“A questão do arroz, a gente tinha uma previsão ainda de colher. Porque como a gente já sofreu a primeira enchente em novembro, plantamos fora da janela agrícola. Então estamos em fase de colher esses grãos”, lamenta Roman.

“Estamos num momento muito difícil. Perdemos algumas máquinas, alguns caminhões. Uma parte a gente conseguiu retirar na quinta-feira [2], uma parte não. Eram máquinas muito importantes para o movimento, para a produção do arroz”, conta Maurício Roman, deixando claro que apesar de estimarem a perda de “uma grande estrutura”, não é possível ainda dimensionar a gravidade do prejuízo.

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