A história dos Comitês Populares de Luta está profundamente entrelaçada com a trajetória recente do Partido dos Trabalhadores (PT) e da luta do povo brasileiro. A importante função mobilizadora  que os comitês tiveram foi essencial para envolver  o povo que esteve todos os dias nas ruas para defender o governo Dilma do golpe, o qual derrubou a primeira presidenta eleita, e para denunciar a perseguição política da Lava Jato, com a prisão do presidente Lula.

A partir dos Comitês, em diversos territórios, o povo foi mobilizado para o trabalho de base, panfletagens, banquinhas, rodas de conversa e mobilizações online. Como resultado, mais pessoas, filiadas ou não ao PT, se sentiram parte da vida política, ao compreender que todos são capazes de fazer política, onde quer que estivessem.

Em 2022, essa  organização popular deu um novo passo. O lançamento oficial dos Comitês Populares de Luta voltados para as eleições mais importantes depois da  ditadura. Com o povo na rua e o olho no olho, foi possível eleger Luiz Inácio Lula da Silva contra Bolsonaro e garantir a manutenção da democracia brasileira.

A união entre o Partido dos Trabalhadores e os Comitês Populares de Luta foi essencial para reacender a militância e fortalecer as pautas progressistas. Em 2022, essa organização nos garantiu não apenas uma vitória eleitoral, mas também uma vitória política importante contra o fascismo, representado pelo bolsonarismo.

Contudo, após o processo eleitoral, há o sentimento que os Comitês foram deixados de lado pelo Partido dos Trabalhadores. Ainda assim, nós, membros de Comitês Populares em todo o Brasil, seguimos resistindo. Continuamos a construir na base, conectando sonhos, denunciando injustiças e enfrentando o avanço da extrema direita  que difunde o medo,  a mentira e o ódio no cotidiano do povo brasileiro.

Agora, com a aproximação das novas eleições,  é urgente que a retomada dos Comitês seja prioridade política e estratégica do PT. Portanto, o momento exige, mais do que nunca, organização popular enraizada nos territórios, conectada com as dores e esperanças do nosso povo.

Pela experiência de história do PT, sabemos que a transformação verdadeira depende da força coletiva que nasce nas periferias, nas escolas, nos bairros, nos sindicatos, nas comunidades de fé, nas ocupações e nas praças. A reconstrução do Brasil passa pela reconstrução da consciência popular e do poder do povo organizado.

 Os Comitês Populares são uma continuidade do projeto de mudança do PT, configuram espaços de formação política, solidariedade concreta, escuta ativa e mobilização permanente, enquanto instrumentos do presente e do futuro da sociedade brasileira. Eles são continuidade do projeto de mudança do PT, e não um elemento paralelo ou secundário.

Solicitamos, com este manifesto, que o maior partido de esquerda da América Latina, o partido que mudou a política brasileira e segue sendo o principal instrumento de transformação social, volte a priorizar os Comitês Populares de Luta como um eixo estratégico central.

A cabeça pensa onde os pés pisam. Que multipliquemos nossos passos para que o PT esteja presente em cada canto onde haja ao menos um brasileiro ou brasileira sonhando com justiça social, dignidade e soberania.

Este é um chamado.
Um chamado à reorganização.
Um chamado à ação.
Um chamado à esperança que se constrói com os pés no barro, o coração quente e os punhos erguidos.

Vamos retomar os Comitês. Vamos retomar o Brasil.

Vida longa aos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil. Vida longa à esquerda.
Comitês Populares de Luta