Comitês Populares participaram das manifestações lideradas pelas Centrais Sindicais

Com um chamado feito pelas Centrais Sindicais, diversas manifestações ocorreram nas capitais pelo país cobrando imediata redução da Taxa SELIC, taxa de juros que baseia toda operação econômica no Brasil. Nesta terça-feira (30/07), teve início em Brasília a Reunião da Diretoria do Banco Central (BC) que deve anunciar nesta quarta-feira (31/07) a nova taxa.

Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, “A taxa de juros, no atual patamar, de 10,5% ao ano, que é a segunda maior do planeta, é criminosa. Elimina investimento produtivo, promove a maior transferência de riqueza dos mais pobres para os mais ricos”. E dispara: “Essa política de juros altos foi derrotada nas eleições de 2022. Campos Neto, se tivesse decência, teria entregado o cargo junto com Paulo Guedes e o inominável”.

Em Brasília, sede do BC, desde cedo os Comitês Populares já estavam mobilizando o tema num trabalho de base pelas ruas da capital federal, dialogando com a população e exigindo redução dos juros. Uma manifestação corpo-a-corpo tomou a Rodoviária do Plano Piloto no final da tarde desta terça, com muita panfletagem e diálogo com as milhares de pessoas que ali transitam.

Laura Lima, do Comitê Popular de Lutas Rede Lular, esteve presente na manifestação em Brasília e saiu muito animada com a reação da população. “Nossa proposta foi fazer um corpo-a-corpo na rodoviária do Plano para apresentar para as pessoas a informação de que existe uma luta necessária contra os juros altos. A maior parte delas se surpreendeu quando soube que a nossa taxa de juros era uma das mais altas do mundo e também quando formos as consequências dos juros altos na vida de todos nós e muita gente ficou curiosa a respeito”, relata a militante. 

O papel dos Comitês Populares neste trabalho de base em conjunto com as Centrais pode ser determinante, segundo Laura. “Devemos seguir com essa estratégia para atingir o objetivo de as pessoas saberem o quanto que os juros altos impactam na vida delas e do país”, aponta. 

Confira as movimentações em outros estados:

Pernambuco

Os Comitês Populares dos Bancários (estadual e do interior) organizaram manifestações e diálogo popular na capital Recife e no alto sertão, em Ouricuri. No Recife, a mobilização aconteceu na Av dos Guararapes. Já em Ouricuri, o trabalho de base  tomou a Feira do município, levando à população os motivos da luta contra os juros altos. 

São Paulo  

Em São Paulo, a manifestação por “Menos Juros, mais emprego”, foi na Avenida Paulista, em frente ao prédio do BC, e chegou a paralisar uma das vias do local. O presidente da CUT nacional, Sério Nobre, foi taxativo: “Essa política de juros altos foi derrotada nas eleições de 2022. Campos Neto, se tivesse decência, teria entregado o cargo junto com Paulo Guedes e o inominável”, afirmou.

Foto CONTAF

Paraná

Em Curitiba, no Paraná, o ato aconteceu na Praça Santos Andrade, no centro. O presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller, também não poupou críticas à Taxa Selic.

“É inaceitável a atual taxa de juros, uma das maiores do mundo. Não há política econômica que possa dar conta. O atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, está completamente desconectado da realidade. Está impedindo o crescimento, a distribuição de renda e a geração de empregos, prejudicando diretamente o Brasil e a classe trabalhadora. Estamos aqui para dizer que não é possível que nosso País continue com taxas de juro neste patamar, próximo do insustentável” disse.

Foto Gibran Mendes

Rio Grande do Sul

Em Porto Alegre (RS), o ato com a CUT-RS, federações, sindicatos e as centrais sindicais aconteceu  em frente a sede do Banco Central (BC),  novamente pedindo que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza a taxa de juros Selic, que atualmente está em 10,5% ao ano e é a segunda mais alta do mundo.

“O Brasil paga mais de 500 bilhões de juros por ano, enquanto os rentistas lucram com os nossos impostos. O presidente do BC mantém essa taxa surreal porque é vendido ao sistema financeiro e a política neoliberal, e com isso freia a economia brasileira. Temos que derrotar essa política monetária”, critica o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.

Matheus PicciniOs movimentos de luta por moradia se uniram ao ato, exigindo não apenas a redução das taxas de juros, mas também a implementação de políticas emergenciais para enfrentar a crise habitacional agravada pelas enchentes de maio que devastaram o Rio Grande do Sul. Os manifestantes criticaram a omissão dos governos estadual e municipais na assistência às vítimas das inundações, ressaltando a necessidade urgente de ações concretas para garantir moradia digna e segura para todos. A mobilização fez uma conexão entre a crise financeira e a crise habitacional, clamando por uma resposta governamental que aborde ambas as questões com a seriedade que a situação requer.

iMatheus Piccini

Ceará

Já em Fortaleza, no Ceará, a manifestação começou às 9 da manhã em frente ao prédio do Banco Central. Lideranças falaram das consequências dos juros altos para a sociedade brasileira. A presidenta interina, Lúcia Silveira, afirmou  que “Tá na hora dele [Campos Neto] entender que os trabalhadores escolheram em 2022 um projeto político que prevê crescimento econômico com distribuição de renda e isso passa pela redução da taxa Selic. Nossa luta vai continuar”.

Foto CUT/CE

Piauí

Em Teresina (PI), a CUT realizou um ato público contra os “Juros Altos e Contra a Falta de Ônibus”, na capital . O ato foi na Praça São Pedro, no Bairro Poty Velho.

Paraíba   

Na capital João Pessoa, o ato contra os juros altos também foi em frente à sede da Caixa Econômica Federal, que fica na Rua Miguel Couto, nº 221 – Centro.

Foto CUT/PB

Outras capitais

 Houve ainda manifestações nas capitais dos estados do Rio de Janeiro, Bahia e Pará.

Com informações e fotos da CUT.