Vigília Lula Livre e o Papel da Mobilização Popular nos 580 Dias de Resistência em Curitiba, um símbolo de justiça, democracia e solidariedade na história recente do Brasil.

A campanha Lula Livre foi uma das mais expressivas mobilizações populares e políticas do Brasil nas últimas décadas, ganhando não só o apoio de milhões de brasileiros, mas também de figuras e movimentos sociais em todo o mundo. Mais do que uma reação à prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, essa campanha tornou-se um símbolo de luta pela justiça, pela democracia e contra as desigualdades sociais, ecoando em atos, debates e manifestações que se espalharam por todos os cantos do país e até mesmo fora dele.

Iniciada logo após a prisão de Lula em abril de 2018, a Campanha Lula Livre mobilizou uma ampla rede de ações e solidariedade formada por movimentos sociais, frentes populares, sindicatos, partidos políticos, organizações de direitos humanos e apoiadores individuais. Desde as caravanas que se organizaram para manter a Vigília Lula Livre ativa em Curitiba, passando pelos atos públicos, pelas grandes marchas em cidades brasileiras, a articulação de protestos em diversos países e até ações virtuais com a formação de uma rede de formações, ações combinadas nas grandes redes sociais como o antigo Twitter, Instagram e Facebook, a campanha foi marcada por um vigor popular raro, simbolizando a indignação e a solidariedade de uma sociedade que se via diante de uma grande injustiça.

A Campanha Lula Livre a partir de uma coordenação ampla em que participavam os partidos de esquerda, centrais sindicais e movimentos sociais colocou em seu centro uma estratégia de comunicação que disputou através das redes e das ruas a opinião pública sobre a inocência de Lula, com ações como os mutirões de diálogos que ocorriam no final de cada mês. Além disso, a campanha teve um forte componente cultural, promovendo os Festivais Lula Livre e contando com a participação de juristas nacionais e internacionais.

Em todas as suas fases (Anula STF, Comitê Popular Lula Presidente), a Campanha Lula Livre demonstrou que, quando existe uma causa clara e uma organização eficaz para disseminar a estratégia e o discurso, é possível conquistar cada vez mais apoio, mais pessoas e ficamos mais próximos de alcançar vitórias significativas.

Em espaços como a Vigília Lula Livre, que se manteve ativa por 580 dias em Curitiba, apoiadores se revezavam para mostrar a Lula que ele não estava sozinho. A vigília se tornou um ponto de encontro, convívio, partilha e resistência, onde se realizavam atividades culturais, rodas de conversa e atos inter-religiosos, envolvendo diariamente pessoas de diferentes origens desempenhando também diferentes tarefas, fosse na cozinha sempre ativa, fosse numa roda de conversa a força da militância esteve presente em todos os dias em que a Vigília permaneceu em funcionamento.

Cada “Bom Dia, Presidente Lula” entoado pelos manifestantes era uma reafirmação de apoio e um lembrete de que a luta por justiça seguia firme, independentemente do tempo que levasse, e esse apoio ao Presidente Lula se estendia também ao acolhimento que cada pessoa ali recebia.

A campanha Lula Livre, entretanto, foi além da resistência diária em Curitiba. Organizações e militantes brasileiros conseguiram ecoar essa mensagem internacionalmente, envolvendo apoiadores ao redor do mundo e ganhando atenção da imprensa e de entidades de direitos humanos, que questionaram a legalidade da prisão de Lula. Esse apoio global foi essencial para fortalecer a campanha e pressionar por uma solução justa, atraindo o olhar da comunidade internacional para a situação política no Brasil.

Finalmente, em 8 de novembro de 2019, a campanha Lula Livre alcançou seu objetivo: a libertação de Lula, após uma decisão do Supremo Tribunal Federal. A saída de Lula da sede da Polícia Federal em Curitiba foi celebrada como uma vitória coletiva, fruto da persistência de movimentos e cidadãos que, ao longo de quase dois anos, resistiram e mantiveram viva a luta.

Mais do que um movimento em favor de uma pessoa, a campanha Lula Livre simbolizou a capacidade do povo brasileiro de se organizar e lutar por justiça e igualdade. Ela mostrou a força da solidariedade e da organização popular, além de reafirmar a importância dos movimentos sociais na construção de uma democracia verdadeira. Hoje, ela permanece como um exemplo de que, com unidade e resistência, é possível enfrentar injustiças e defender os direitos conquistados.

Para que a luta pela justiça, pela democracia continue e se concretize em um projeto popular para o Brasil, precisamos manter a mobilização ativa e fortalecer nossa rede de apoio. Sigamos juntas e juntos na construção de um Brasil mais justo: participe de um Comitê Popular, organize-se com seu bairro, amigos e familiares, e faça parte dessa luta coletiva.