Debate aprofunda a pauta das Juventudes em seu mês
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Foto: Mariana Luccisano
Durante o último final de semana, no sábado (10/08), foi dado o pontapé do Agosto das Juventudes, com um forte debate entre representações do segmento. A plenária “Você tem fome de quê?”, realizada na Casa Popular Carlito Maia, em São Paulo com participação virtual de todo o país, recebeu o Deputado Estadual Renato Freitas (PT-PR), a vice-presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daiane Araújo, o dirigente do Coletivo Nacional de Juventude do MST, Allan Kilson, e o Coordenador dos Comitês Populares de Juventude, Lucas Piaia.
“É bem importante os Comitês Populares pensarem este espaço para discutir qual a fome da juventude. Entender os principais desafios da juventude é algo constante e faz parte do cotidiano do desafio de organizar este movimento social de juventude”, aponta Daiane, da UNE e também do Levante Popular da Juventude. Para ela, pensar a diversidade, entre campo-cidade, centro-periferia, ajuda a entender os diferentes anseios das juventudes.
Um aspecto alarmante seria a uberização, que atinge em grande medida as juventudes. “Hoje, temos um aprofundamento da precarização do trabalho e a juventude é a maioria no trabalho uberizado. Além do subemprego!”, se indigna Daia. “Olha a faixa etária dessas pessoas: 70% dos trabalhadores uberizados são jovens de até 29 anos. Não tem projeto de permanência estudantil suficiente nem postos de trabalho dignos o suficiente pra juventude estudar e ter um trabalho de qualidade”, aponta a vice-presidenta da UNE.
Para ela, a juventude deve ser pensada como elemento de um projeto nacional “Além de elegermos o Lula, nosso governo, elegemos um programa e temos que lutar por ele. Queremos a juventude no orçamento, queremos a juventude na agenda política e mais conquistas para a classe trabalhadora”, define Daia. Esta interface esteve presente na reflexão feita pelo deputado Renato Freitas, que coloca o desafio da luta institucional e a batalha do movimento de juventude.
“Que a gente consiga construir militantes que não prestem reverência e sim que ousem discordar. Esse processo histórico que vivemos é um dos mais importantes da história do nosso país contra o fascismo”, alerta Renato. “Quem pode renovar a juventude são nossos jovens negros e periféricos, que não tem nada a perder e tudo a ganhar. São os revolucionários mais inclinados a compreender a complexidade de qualquer cenário”, analisa.
Renovar o trabalho de base e estimular os Comitês Populares de Juventude
Allan Kilson, do Coletivo Nacional de Juventude do MST propõe uma renovação no trabalho de base frente ao projeto que exclui a juventude, olhando a partir do campo. “A exclusão de nós, jovens do campo, é um projeto de poder. Precisamos renovar nosso método de trabalho de base para alcançarmos a nossa juventude. Precisamos nos aprimorar para recuperar nossos trabalhos de formação”, propõe Allan.
Para Lucas Piaia, coordenador dos Comitês Populares de Juventude e da Juventude do Partido dos Trabalhadores (JPT), é um momento de estimular a organização de Comitês. “Sabemos que, se as juventudes não se organizarem, ninguém vai defender com tanto vigor esse Brasil que queremos defender”, adverte Lucas.
“Não queremos nem podemos falar de esperança somente no período eleitoral. Temos fome de perspectivas e queremos sonhar com um futuro próspero sem tanta miséria nas ruas como vemos hoje. Queremos segurança para darmos nossos rolês sem ter medo da abordagem policial, ou do assédio, ou da falta de segurança pública cidadã”, dispara Piaia
Ao longo do mês do Agosto das Juventudes, os Comitês Populares são estimulados a levarem suas banquinhas para dialogar com estudantes, na porta das escolas e universidades, sobre as ações do governo federal para as juventudes, a fortalecer a criação de novos Comitês Populares de Juventude e apoiar candidaturas a prefeitos(as) que defendam a criação de espaço institucional para a juventude, como a criação do Conselho Municipal de Juventude e coordenadoria ou secretaria especial. Saiba mais (clique aqui)!