O Legado de Sebastião Salgado: Entre a Fotografia e a Restauração da Natureza
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A trajetória do mestre da fotografia documental que denunciou injustiças com sua lente e, pelo Instituto Terra, revitalizou milhões de árvores e nascentes na Mata Atlântica.

Sebastião Salgado nos deixou, mas sua visão segue viva através de imagens que mudaram a forma como olhamos para o mundo e através de um trabalho concreto de restauração ambiental que renasceu no coração da Mata Atlântica.
Uma nova linguagem na fotografia documental
Salgado reinventou a fotografia documental com uma estética singular: o preto e branco, a profundidade emocional, o foco humano. Mais do que mostrar, ele fazia sentir. Suas lentes registraram desde os trabalhadores de todo o mundo (Trabalhadores) à realidade da mina de ouro de Serra Pelada, passando pela beleza invisível dos povos originários da Amazônia.
Temas universais e urgentes
Seu trabalho abordou questões centrais da humanidade:
- Êxodos (2000), sobre migrantes, refugiados e deslocados forçados;
- Gênesis (2013), celebrando a natureza ainda intacta e os povos que vivem em harmonia com ela;
- A dignidade no sofrimento, com retratos que não romantizam, mas humanizam.
O Instituto Terra: da arte à ação concreta
Ao lado de sua companheira Lélia Wanick Salgado, fundou o Instituto Terra. Em uma fazenda devastada em Aimorés (MG), replantaram mais de 2 milhões de árvores nativas, recuperando nascentes, fauna e flora. O projeto tornou-se referência internacional em restauração ecológica.
Educação e formação de consciência
O Instituto não é apenas um espaço de reflorestamento, mas também de educação ambiental, formação de jovens e incentivo à cidadania ecológica.
Um testemunho ético e inspirador
Sebastião Salgado foi muito mais que um grande fotógrafo. Foi um homem que olhou a dor do mundo de frente e decidiu retribuir com beleza e cuidado. Um artista que denunciou, mas também reconstruiu.
Seu legado está nas imagens, nas matas renascidas, nas nascentes recuperadas e na consciência que despertou em milhões de pessoas.
Obrigado, Sebastião. Você fez do mundo um lugar mais justo, mais sensível e mais verde.